domingo, 2 de agosto de 2009

EUA investirão quase US$ 1 bilhão para militarizar América Latina

Do portal Vermelho

Em meio a uma crise financeira mundial, o Congresso Nacional dos Estados Unidos aprovou diversos orçamentos, tanto para o Departamento de Estado como para o da Defesa, para financiar operações e atividades de tipo militar na América Latina durante o ano de 2009, cujo montante total alcança US$ 1 bilhão, uma cifra recorde, com a qual os EUA procurar recuperar a liderança e o domínio, hoje perdidos, que uma vez tiveram sobre a região latino-americana.

Os orçamentos aprovados pelo Congresso norte-americano para o ano de 2010, aos diferentes departamentos governamentais, são apresentados a princípio em 2009, são aprovados meses depois e podem começar a ser utilizados a partir de outubro deste ano. Nesse sentido, a advogada e pesquisadora americana Eva Golinger informou que o orçamento do Departamento de Defesa está acima dos US$ 600 bilhões de dólares, mais que o solicitado em 2008 pela administração Bush.

"São, especificamente, US$ 533,8 bilhões para planos gerais e outros US$ 85 bilhões para financiar as guerras no Oriente Médio, Iraque e Afeganistão, especialmente", indicou. Enquanto que, para o financiamento do Comando Sul - que abrange a América Latina e o Caribe -, Washington elevou o orçamento em 2%, comparado ao de 2008, chegando à cifra de US$ 200 milhões. Essa quantia servirá para dar apoio logístico, técnico e humano e também manutenção das instalações militares dos EUA situadas fora de suas fronteiras, mas dentro da região sul do continente americano. Da mesma forma, Golinger informou que foram aprovados mais US$ 46 milhões adicionais para 'melhorar' as instalações da base de Palanquero, na Colômbia.

"Este último orçamento reflete que, desde princípios do ano, os EUA previam fechar algum acordo militar com a Colômbia, para utilizar algumas de suas bases", especificou a pesquisadora. Por sua vez, o vice-presidente de Comissões do Grupo Venezuelano do Parlamento Latino-Americano (Parlatino), o deputado Carolus Wimmer, do PC da Venezuela, agregou que tal montante não inclui o investimento que realizarão para financiar o Plano Colômbia e sua suposta luta "antiterrorista" no continente.

"O Congresso aprovou ao Departamento de Estado uns US$ 520 milhões para financiamento do Plano Colômbia, além de outros US$ 200 milhões que outorgarão ao Departamento de Defesa para o mesmo objetivo militar", denunciou o parlamentar. Do mesmo modo, Wimmer disse que, atualmente, a administração Obama solicitou ao mesmo Congresso um orçamento adicional de US$ 200 milhões, para fortalecer sua "guerra contra o terrorismo e o narcotráfico" na América Latina, porém o investimento ainda não foi aprovado.

Em resumo, US$ 200 milhões destinados ao Comando Sul, outros 46 para a base de Palanquero e os 620 para o Plano Colômbia resultam em US$ 860 milhões aprovados para uma escalada militarista na América Latina em 2010, aos quais poderão se somar os US$ 200 milhões adicionais que esperam a autorização do Congresso.

Diante dessa situação, Eva Golinger afirmou que se trata de uma escalada agressiva e ofensiva militar que Washington prepara sobre a região, com o único propósito de recuperar o domínio perdido sobre os países latino-americanos, durante os períodos de Bill Clinton e George W. Bush.

No entanto, Wimmer asseverou que a administração Obama procurará recuperar o que considera ser o seu "quintal" e, ao mesmo tempo, deter e neutralizar a cada vez maior onda progressista que caracterizou a região durante a última década.

Agência Bolivariana de Notícias (ABN)

Essa mídia é uma vergonha!

Deu no Paulo Henrique Amorim

O Estadão foi um dos generais do movimento que derrubou o presidente legitimamente eleito João Goulart. (*)
Duas vezes escolhido pelo povo brasileiro para ser vice presidente da República, Jango assumiu, dentro das regras constitucionais, com a renúncia de Jânio.
O Estadão não concordou e bateu na porta dos quartéis para insuflar o Golpe.
Quando Castello Branco, o primeiro presidente militar, assumiu, uma das primeiras audiências que concedeu foi a Julio Mesquita Filho, que levou uma lista de ministros paulistas.
Grande estadista …
(Castello não nomeou ninguém da lista … Era um conjunto de demo-tucanos …)

Paulo Henrique Amorim

(*) A historiografia contemporânea fica a dever uma “prova” da razão do Golpe: como Jango ia dar um Golpe, foi preciso dar um antes. Não há, nem a fluvial obra do jornalista Elio Gaspari, um fiapo de prova do Golpe de Jango …

http://www.paulohenriqueamorim.com.br/?p=15344

sábado, 1 de agosto de 2009

Sionistas promovem 'pogroms' na Cisjordânia

O termo pogrom desenvolveu-se na Europa a partir de atos de extrema violência contra judeus e outras minorias étnicas e difundiu-se internacionalmente após a onda de ataques que varreu o sul da Rússia entre 1881 e 1884, levando à emigração maciça dos judeus.

Durante o período do nazismo na Alemanha e no leste europeu, assim como havia acontecido na Rússia Czarista, os 'pogroms' continuaram sustentados por ressentimentos econômicos, sociais e políticos. Estupros, assassinatos, vandalismo e expropriações foram marcas desta prática odiosa, exacerbada pelo preconceito racial e religioso, do qual os judeus foram os principais alvos. Seria de se esperar que os que sentiram na pele a injustiça e a violência se levantassem contra qualquer forma de 'pogrom' moderno, alçando seu sofrimento como testemunho de que a barbárie do homem contra o homem não pode ser justificada, em especial levando em conta a fé e a raça. Ledo engano.

O ataque promovido este mês por cerca de 30 colonos sionistas contra propriedades palestinas e motoristas palestinos em Nablus foi apenas uma macabra mostra do que vem acontecendo na região. Judeus fundamentalistas, que consideram que o Velho Testamento é algo como uma escritura de propriedade sobre toda a região a que chamam Eretz Israel, têm promovido violência gratuita contra árabes-israelenses dentro do território de Israel, contra palestinos no território ocupado da Cisjordânia e até mesmo contra judeus que se opõem à ocupação. No episódio, os vândalos - alguns deles montados em cavalos - incendiaram campos de cultivo e cerca de 1.500 oliveiras (atitude que está se tornando comum por parte do governo israelense) nas vilas de Burin e Asira al-Kabaliya, na área de Yitzhar, além de apedrejaram carros de palestinos.

Eles protestavam contra a remoção de um posto ilegal de um assentamento judaico situado nos arredores. Pelo menos dois palestinos ficaram feridos e um jornalista que cobria as agressões foi espancado pelos fanáticos. “Colonos linha-dura geralmente atacam propriedades palestinas como retaliação por seus assentamentos demolidos e evacuados, uma tática que eles chamam de ‘etiqueta de preço’ ('price tag')”, informa a reportagem do Estadão.

Vale lembrar que os “colonos linha-dura” são, na verdade, fundamentalistas que fazem diferenciação entre seres humanos. Para eles, os palestinos (e qualquer um que os contrarie) estão em uma categoria inferior. Vale lembrar também que os assentamentos demolidos ou evacuados são considerados ilegais até mesmo para o Governo de Israel.

Ponta do iceberg

Este não foi um incidente isolado. O radicalismo religioso e o sionismo têm promovido nos últimos anos posturas de extrema agressividade. Em setembro passado, Zeev Sternhell, professor da Universidade Judaica, sentiu na pele os resultados deste 'pogrom' às avessas quando uma bomba caseira explodiu em frente à sua casa, em Jerusalém, ferindo-o levemente.


Sternhell é conhecido por suas críticas veementes aos assentamentos israelenses na Cisjordânia. As autoridades encontraram folhetos nas proximidades da casa nos quais eram oferecidos US$ 300 mil a quem matasse um integrante do 'Peace Now', grupo israelense que condena a ocupação dos territórios palestinos. As ações dos sionistas parecem estar se aumentando nos últimos meses. Em março, um grupo de colonos extremistas atacou dezenas de casas e lojas palestinas em Jerusalém Leste. Os colonos marcharam pela cidade gritando palavras de ordem contra árabes e palestinos, pedindo sua expulsão da Cidade Santa.

No dia 2 de junho, a ação da polícia israelense contra um pequeno assentamento ilegal localizado próximo à cidade palestina de Nablus e do assentamento de Elon Moreh, um dos primeiros fundados na Cisjordânia, causou reação imediata. Veículos com placas da Palestina foram apedrejados, estradas de acesso a Jerusalém e Tel Aviv foram bloqueadas com pneus queimados e campos de cultivo palestinos foram incendiados. Ao menos seis pessoas ficaram feridas, uma delas gravemente.

Uma simples busca no Google revela a banalização destes ataques que, na maioria das vezes, é acompanhada de longe pela polícia e pelo exército de Israel.

O fascismo religioso

Gabriel Paciornik, blogueiro e estudante de desenho industrial que vive em Israel há 12 anos, explica quem são os radicais de direita que patrocinam a violência contra os palestinos e os ativistas que lutam pela paz entre os dois povos. “Existem vários tipos de radicais de direita. Na base da pirâmide estão os colonos radicais. São os que sustentam com ações toda a gama de pensamento teórico e teológico a respeito da relação com os palestinos, povos árabes e a terra. Eles se baseiam em duas importantes mentalidades. A primeira é a do ‘Halutz’, ou pioneirismo dos velhos tempos de Ben-Gurion. É uma forma de nostalgia em um mundo já tão menos radical e romântico do que naquela época. A outra é de base teológica: esta terra pertence aos judeus. Por motivos religiosos, históricos e, por que não?, por usucapião (seguindo o chavão ‘quando aqui chegamos não havia nada, vocês não cuidaram dessa terra, nós viemos e fizemos milagres’).

Consideram qualquer um que não pense desta maneira como traidores e anti-sionistas. Acreditam num estilo de vida preso à terra e são a grande maioria, se não todos, profundamente religiosos e místicos. Servem o exército e são normalmente os mais disciplinados soldados. Para Paciornik, os mais perigosos representantes da direita israelense são as lideranças politico-religiosas dos colonos. “São, a maioria deles, adeptos da expulsão dos palestinos de tudo que foi um dia historicamente pertencente a Israel. Isso inclui parte da Jordânia, Egito, Síria e Líbano. Para eles não existe política internacional, acordos, e o inimigo é qualquer um e qualquer coisa que se oponha a sua ideologia. E, recentemente, incluem aqui outros judeus também (a quem chamam não de inimigos, mas de traidores, o que, pela Torá, é tão ruim ou pior que um inimigo).

Não escondem esses objetivos e recentemente não escondem tampouco seus métodos. No artigo 'O fascismo? Pode, sim, acontecer em Israel', o jornalista israelense Uri Avnery aponta o destino a que os israelenses, subjugados pelos radicais sionistas, estarão sujeitos. “No plano das ideias, há duas visões em confronto, em Israel, dois modos de ver, tão distantes um do outro quanto o Oriente é distante do Ocidente. Por um lado, há uma Israel culta, moderna, secular, liberal e democrática, que vive em paz e em parceria com a Palestina, vendo-a como parte integrante e integral da Região. Por outro lado, há uma Israel fanática, religiosa, fascista, que se auto-exclui, tanto quanto se auto-exclui da humanidade civilizada, gente que ‘duela sozinha e não será reconhecida entre as nações’ (Números, 23:9), onde a ‘espada devorará para sempre’ (2, Samuel 2:26), diz Avnery.

E continua: “Durante os últimos meses, aumentou muitíssimo o número de incidentes nos quais colonos atacam soldados, policiais e ‘esquerdistas’ palestinos. São atos cometidos abertamente, para aterrorizar e intimidar. Colonos vandalizam as vilas palestinas cujas terras cobiçam ou invadem; ou agem por vingança. São 'pogroms' no sentido clássico da palavra: atos de vandalismo, executados por grupos armados, intoxicados de ódio contra população civil desarmada; e o exército e a polícia apenas observam. Os 'Pogromchiks' destroem, ferem e matam.”

Tudo isso ocorre sem que o Estado tome atitudes concretas. Sob o nazismo, os agentes da lei na República de Weimar passavam a mão na cabeça de criminosos nazistas a quem classificavam como “patriotas equivocados”. Em Israel o mesmo fenômeno ocorre hoje.